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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lupercio


           Chegamos ao dia de Pan. Não lembro muito bem como conheci Pan, mas fui me aproximando dele nestes últimos anos. Talvez por estar impregnado de toda aquele papo das religiões patriarcais, acabei me voltando para o lado mais feminino, o lado da Deusa.
           No entanto, como o destino de toda equação é se igualar, o equilíbrio começou a chegar e o deus de chifres despertou em minha mente. Tive uma crise pessoal e me afastei da espiritualidade um pouco e achei que tinha parado de evoluir nas praticas, mas apenas progredi cada vez mais. Encontrei dentro de mim a forca que precisava. Achei o homem perdido que cresce cada vez mais e anseia pela melodia de Pan.
          O deus-bode representa os segredos masculinos. Os mistérios, a ferocidade, o yang, o pânico. Pan (do grego - Tudo) é o gerador e o destruidor da vida. Ele é tudo e esta presente em cada elemento de toda a natureza. Ele é aquele que se esconde na floresta mais profunda do nosso subconsciente e por isso, trás a luz os aspectos mais indesejados da humanidade.
           Quem serve a Pan, deve se despir de todo o orgulho e de toda a tralha arrecadada em todos os anos, ser ninguém para ser tudo. Ele nos mostra que a ideia de separação não existe. Somos parte de algo muito maior, algo que talvez esteja alem da compreensão humana.
           Infelizmente, não tenho espaço e nem tempo sozinho para preparar um grande ritual para os meus deuses, então tento sacralizar alguns atos do dia-a-dia. Existe uma arvore na minha área que chamo de Hecate, onde sempre medito e me conecto com a mesma, mas hoje pedi para que ela aceitasse assistir outros contos. Fui tomar o meu banho e ao entrar no chuveiro, fui cantando uma improvisação com palavras que vieram a minha mente e o meu corpo não demorou a responder, ficando extremamente arrepiado (como nunca antes) durante todo o banho. Acendi os incensos de mirra e meditei. Pedi a Pan para que me mostrasse meus medos e me ajudasse a combater. Tomei calmamente meu chá , coloquei duas maçãs na arvore, agradeci e fui embora.
           Pan já me ensinou muita coisa e que mais experiências venham a mim. Quero muito aprender seus ensinamentos e destruir esta ilusão de separação. Que minha mente e meu coração estejam preparados para ouvir tua musica.

15/02

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